Num recanto meio envergonhado é onde encontro o que outrora foi o centro de todas as atenções, o Parque Mayer. É em plena Avenida da Liberdade que se esconde. Um local que passa completamente despercebido no meio de toda a agitação da capital portuguesa. E lá o que avisto é um recinto velho, feio e sujo… completamente o oposto de um local moderno ao ar livre. Como habitué das figuras marcantes do país, ali apreciava-se a beleza arquitectónica do restaurante "O Manel". Sentiam-se os cheiros de assados e fritos que invadiam o Parque e lhe traziam vida.
Porém se antes era um atractivo para o público que enchia os quatro teatros, Maria Vitória, o Variedades, o Capitólio e o ABC, em 2005 não passam lá mais do que algumas pessoas que compram bilhetes para a única revista em exibição no teatro Maria Vitória, Arre Potter Qu’é Demais!!. Por entre palcos a ruir, lixo acumulado nos recantos de cada entrada e fachadas em decomposição, lá estão os cartazes que são os únicos elementos que dão alguma cor ao que parece pardacento e nos fazem reconhecer ali o Parque Mayer. Contudo, ainda que esta peça, réstia da tradicional “revista à portuguesa”, atraia desde o final do ano passado bastante gente, devido ao desinvestimento teatral que se tem acentuado esta é uma situação incomparável aos seus tempos áureos, segundo ouço dizer por aqueles que tiveram a sorte de a tal assistir. Eu não tive… e só este cenário arruinado posso vislumbrar.
É certo que por diversas vezes esta situação decadente em que o antigo pólo cultural se encontra foi alvo da atenção e o que não faltou foram ideias para projectos que pretendiam transformar o espaço, mas na verdade em nada nenhum deles se reflectiu naquilo que lá vejo. O papel foi a única forma que assumiram. Para promessas de políticos serviu, mas não para servir os actores com que me deparo neste passeio. Actores conhecidos da nossa praça, que se expõem por esta causa mas sem qualquer êxito.
E ponho-me a imaginar que no lugar de quatro edifícios ilustrando uma fachada tão longe do seu auge, poderia estar um casino, o que significaria a total descaracterização daquele espaço se fosse seguida essa intenção do actual Presidente da Câmara de Lisboa, Pedro Santana Lopes. Mas o que se criou foi apenas polémicas em torno da contratação do arquitecto canadiano, Frank Gehry. E em pleno ano de eleições autárquicas, mais uma vez a perene questão voltou à tona. Nenhum dos candidatos deixou de revelar qual pensa ser a solução para o problema. Se do candidato Sá Fernandes pode esperar-se que o parque vá deixar de ser um espaço para a população sobretudo lisbonense, para se tornar cosmopolita, restrito a intelectuais, já Manuel Carrilho não se mostra tão radical. Apesar de querer transformá-lo em espaços verdes, ligando-o ao Jardim Botânico, prevê também a requalificação do Capitólio. Enquanto sigo caminho reparo na campanha que chega a partir dos cartazes que estão por lá espalhados, mais à frente, numas paredes escondidas do recinto descubro desenhadas as figuras marcantes daquele lugar e pergunto-me… o que diriam de tudo isto?
Porém se antes era um atractivo para o público que enchia os quatro teatros, Maria Vitória, o Variedades, o Capitólio e o ABC, em 2005 não passam lá mais do que algumas pessoas que compram bilhetes para a única revista em exibição no teatro Maria Vitória, Arre Potter Qu’é Demais!!. Por entre palcos a ruir, lixo acumulado nos recantos de cada entrada e fachadas em decomposição, lá estão os cartazes que são os únicos elementos que dão alguma cor ao que parece pardacento e nos fazem reconhecer ali o Parque Mayer. Contudo, ainda que esta peça, réstia da tradicional “revista à portuguesa”, atraia desde o final do ano passado bastante gente, devido ao desinvestimento teatral que se tem acentuado esta é uma situação incomparável aos seus tempos áureos, segundo ouço dizer por aqueles que tiveram a sorte de a tal assistir. Eu não tive… e só este cenário arruinado posso vislumbrar.
É certo que por diversas vezes esta situação decadente em que o antigo pólo cultural se encontra foi alvo da atenção e o que não faltou foram ideias para projectos que pretendiam transformar o espaço, mas na verdade em nada nenhum deles se reflectiu naquilo que lá vejo. O papel foi a única forma que assumiram. Para promessas de políticos serviu, mas não para servir os actores com que me deparo neste passeio. Actores conhecidos da nossa praça, que se expõem por esta causa mas sem qualquer êxito.
E ponho-me a imaginar que no lugar de quatro edifícios ilustrando uma fachada tão longe do seu auge, poderia estar um casino, o que significaria a total descaracterização daquele espaço se fosse seguida essa intenção do actual Presidente da Câmara de Lisboa, Pedro Santana Lopes. Mas o que se criou foi apenas polémicas em torno da contratação do arquitecto canadiano, Frank Gehry. E em pleno ano de eleições autárquicas, mais uma vez a perene questão voltou à tona. Nenhum dos candidatos deixou de revelar qual pensa ser a solução para o problema. Se do candidato Sá Fernandes pode esperar-se que o parque vá deixar de ser um espaço para a população sobretudo lisbonense, para se tornar cosmopolita, restrito a intelectuais, já Manuel Carrilho não se mostra tão radical. Apesar de querer transformá-lo em espaços verdes, ligando-o ao Jardim Botânico, prevê também a requalificação do Capitólio. Enquanto sigo caminho reparo na campanha que chega a partir dos cartazes que estão por lá espalhados, mais à frente, numas paredes escondidas do recinto descubro desenhadas as figuras marcantes daquele lugar e pergunto-me… o que diriam de tudo isto?
1 comentário:
Lembro-me de ir ao Parque Mayer quando era pequena porque a minha mãe chegou a trabalhar lá. As maiores recordações que tenho daquele espaço são de estar cheio de gente e com cartazes iluminados por todo o lado :).
Nunca mais passei por lá e ainda não vi com os meus olhos a "devastação" de que falas...mas se calhar é melhor nem ver e viver com as recordações que tenho!
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