quinta-feira, 30 de junho de 2005

Disturbing Season

Movida por uma súbita inspiração e depois de grandes provas ultrapassadas :P encontro-me com vontade de comunicar e como tal venho aqui novamente (apesar de não ser tão frequente como seria desejável) deixar algo escrito. As férias estão aí e só me apetece pensar em apanhar sol e não enfiar a cara nos livros, fotocópias, apontamentos, etc...todas essas coisas que nos perseguem enquanto estudantes. É incrível como todo este calor afugenta a miníma vontade que no mais profundo do meu ser ainda resistisse para ficar enfiada em casa em frente a coisas que se fossem mais secantes corriam o risco de se incendiarem. Mas é essa a realidade que eu e os vários alunos da Escola Superior de Comunicação Social estamos prestes a enfrentar. Isto se quisermos passar de ano e deixar para trás o que ao ano anterior pertence.
Os exames estão aí à porta e há que aproveitar as últimas oportunidades para acabar o ano. Apesar de em Setembro a dose se repetir. Mas o que interessa é que o Verão está aí e mais cedo ou mais tarde a praia estará a chamar por nós e como é óbvio não poderemos ou sequer conseguiremos resistir a tal apelo. Em contrapartida, depois de um dia de bronze...Saídas à noite, praias iluminadas pelo luar, bebidas refrescantes, pouca roupa no corpo...o cenário perfeito para terminar.

PS1 - Alguma aposta em relação ao assassino de António Paiva Calado da novela Ninguém como tu??

PS2 - Não percam o novo jornal do mercado 8ª Colina. Feito pelos aspirantes a jornalistas do 3º ano da ESCS. A edição 0, ainda sem encargos para o leitor, já está nas bancas. Esperemos que a próxima seja bem recebida :)

quinta-feira, 23 de junho de 2005

Bus Trip ...

As relações humanas são muito complexas como se constata à medida que se cresce, se experencia e se desenvolve o intelecto. Falar sobre as mesmas ainda se torna mais complicado, sobretudo numa altura em que começo a por em causa certos princípios tidos como certos. A adaptação de personalidades, de pontos de vista, de ideais etc nem sempre é fácil. E quando esse processo não é bem sucedido entre pessoas que são forçadas a conviver (familiares ou colegas) o resultado é lastimoso e dá-se origem a vários conflitos de interesses. Na verdade eu só quero encontrar paz e só encontro guerra. Cada vez se torna mais difícil para mim conviver com quem me rodeia e iludir-me a mim e os outros de que estou bem. Sinto que falhei, olho para traz e não vejo nada de que me possa orgulhar e muito menos algo que por si só me motivasse a continuar.
É possível que por gostar tanto de viver me recuse a desperdiçar esta vida limitando-me a deixá-la passar, indiferente, por mim. Tenciono um papel activo e de preferência, com sucesso.
Mas de que forma? Se para onde vou, não sei... Também que importa?! Temo que nada me espere. E que eu espere de mais.
Sem firmeza, opto por deixar que o autocarro me passeie e aprecio esta viagem cujo destino permanece desconhecido.
Porque terá tudo uma razão? Porque será que tudo tem um caminho previsto? Não me é consentido simplesmente vaguear?
Se me deixo levar estritamente pela razão que me faz agir, desprezo todas as outras à minha volta, que me permitem apreciar os deleites deste percurso.
À espera de encontrar a paragem que faz parte do meu rumo, ao caminhar de autocarro abstraio-me das restantes por que passo. No final o que aproveito?

terça-feira, 21 de junho de 2005

Finding Love...

Constrói o templo do desejo
Guarda o sublime gosto de um beijo
submete o corpo à tentação
Até uma prova de amor conceberes
que reflicta o tudo no nada
Impossivel de refutar
Impossivel de negar
As fissuras que se escondem
Não ignores ou remendes
O desprezo apenas irá aprofundá-las
e com a emenda acabam sempre por ficar a descoberto
Num sorriso descobre o brilho do olhar
Ouve a música que te quero desvendar
Coberta por um véu perfumado
cúmplice da sua melodia.

quarta-feira, 15 de junho de 2005

Do it

Quem lê o título certamente irá pensar que este post estará de alguma forma relacionado com a frase de promoção da Nike Just Do It, mas longe disso...neste post vou sim deixar a letra de uma música que acho ter certa piada. Sem referir a quem pertence pois penso que alguma forma tenderiam a menosprezar o seu pontencial lol. Certamente que pode haver gente que a reconheça...enfim vou passar à música:

It's just another thing keep your eye fixed on the road
Do what your mama said
I will not be told
Keep your mouth shut, keep your legs shut
Go back in your place
Blameless, shameless, damsel in disgrace

Who cares what they say
Because the rules are for breaking
Who made them anyway
You gotta show what you feel
Don't hide

Come on and do it
Don't care how you look, it's just how you feel
Come on and do itYou gotta make it real
Come on and do it
It's time to free what's in your soul
You gotta get it right, this time
Come on freak out lose control

Remember things like this should be seen and never heard
Give a little respect to me & it will be returned
Keep your head down, keep your nose clean
Go back against the wall
Girl there's no way out for you
You are sure to fall

Who cares what they do
Because it's yours for the taking
So it's not for you anyway
Make your own rules to live by

You might do the wrong thing
for the right reasons
Don't just do the right thing
to be pleasing

quarta-feira, 8 de junho de 2005

Um Luxo Esquecido

Num recanto meio envergonhado é onde encontro o que outrora foi o centro de todas as atenções, o Parque Mayer. É em plena Avenida da Liberdade que se esconde. Um local que passa completamente despercebido no meio de toda a agitação da capital portuguesa. E lá o que avisto é um recinto velho, feio e sujo… completamente o oposto de um local moderno ao ar livre. Como habitué das figuras marcantes do país, ali apreciava-se a beleza arquitectónica do restaurante "O Manel". Sentiam-se os cheiros de assados e fritos que invadiam o Parque e lhe traziam vida.
Porém se antes era um atractivo para o público que enchia os quatro teatros, Maria Vitória, o Variedades, o Capitólio e o ABC, em 2005 não passam lá mais do que algumas pessoas que compram bilhetes para a única revista em exibição no teatro Maria Vitória, Arre Potter Qu’é Demais!!. Por entre palcos a ruir, lixo acumulado nos recantos de cada entrada e fachadas em decomposição, lá estão os cartazes que são os únicos elementos que dão alguma cor ao que parece pardacento e nos fazem reconhecer ali o Parque Mayer. Contudo, ainda que esta peça, réstia da tradicional “revista à portuguesa”, atraia desde o final do ano passado bastante gente, devido ao desinvestimento teatral que se tem acentuado esta é uma situação incomparável aos seus tempos áureos, segundo ouço dizer por aqueles que tiveram a sorte de a tal assistir. Eu não tive… e só este cenário arruinado posso vislumbrar.
É certo que por diversas vezes esta situação decadente em que o antigo pólo cultural se encontra foi alvo da atenção e o que não faltou foram ideias para projectos que pretendiam transformar o espaço, mas na verdade em nada nenhum deles se reflectiu naquilo que lá vejo. O papel foi a única forma que assumiram. Para promessas de políticos serviu, mas não para servir os actores com que me deparo neste passeio. Actores conhecidos da nossa praça, que se expõem por esta causa mas sem qualquer êxito.
E ponho-me a imaginar que no lugar de quatro edifícios ilustrando uma fachada tão longe do seu auge, poderia estar um casino, o que significaria a total descaracterização daquele espaço se fosse seguida essa intenção do actual Presidente da Câmara de Lisboa, Pedro Santana Lopes. Mas o que se criou foi apenas polémicas em torno da contratação do arquitecto canadiano, Frank Gehry. E em pleno ano de eleições autárquicas, mais uma vez a perene questão voltou à tona. Nenhum dos candidatos deixou de revelar qual pensa ser a solução para o problema. Se do candidato Sá Fernandes pode esperar-se que o parque vá deixar de ser um espaço para a população sobretudo lisbonense, para se tornar cosmopolita, restrito a intelectuais, já Manuel Carrilho não se mostra tão radical. Apesar de querer transformá-lo em espaços verdes, ligando-o ao Jardim Botânico, prevê também a requalificação do Capitólio. Enquanto sigo caminho reparo na campanha que chega a partir dos cartazes que estão por lá espalhados, mais à frente, numas paredes escondidas do recinto descubro desenhadas as figuras marcantes daquele lugar e pergunto-me… o que diriam de tudo isto?