terça-feira, 27 de setembro de 2005

Simplesmente palavras

O poder das palavras. Ai o poder das palavras. Se há quem diga que: palavras, levam-nas o vento, a verdade é que têm um poder incalculável por detrás da sua aparente fragilidade.
Qual punhal afiado, voam em direcções imprevisíveis: ferindo princípios, crenças e sentimentos.

Sem olhar a meios. Até mesmo as pequenas. São perigosas...incontroláveis...de alcance insondável...


Há palavras que nos fazem rir. Outras que provocam um ligeiro embaraço quando ditas a pessoas mais tímidas. Algumas ainda que trazem ao cimo um sentimento de fúria... raiva... ódio... que não pensaríamos sequer que existisse dentro de nós.

Há palavras que quando ditas no momento certo dão-nos a sensação de que o mundo se abre para nós. Oferecendo apenas alegrias. Afastando todas as tristezas.


Enquanto outras têm o poder de nos colocar fechados sobre nós mesmos. Sem querermos sequer saber que existe um mundo para além de nós.

Com toda a facilidade, mudam estados de espírito. E é quando pensamos que não nos podem afectar que mais se entranham no fundo de nós e permanecem lá a remoer. A importunar. Conseguem quase fazer-nos elouquecer.

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Cada lugar teu

Sei de cor cada lugar teu
atado em mim, a cada lugar meu
tento entender o rumo que a vida nos faz tomar
tento esquecer a mágoa
guardar só o que é bom de guardar

Pensa em mim protege o que eu te dou
Eu penso em ti e dou-te o que de melhor eu sou
sem ter defesas que me façam falhar
nesse lugar mais dentro
onde só chega quem não tem medo de naufragar

Fica em mim que hoje o tempo dói
como se arrancassem tudo o que já foi
e até o que virá e até o que eu sonhei
diz-me que vais guardar e abraçar
tudo o que eu te dei

Mesmo que a vida mude os nossos sentidos
e o mundo nos leve pra longe de nós
e que um dia o tempo pareça perdido
e tudo se desfaça num gesto só

Eu Vou guardar cada lugar teu
ancorado em cada lugar meu
e hoje apenas isso me faz acreditar
que eu vou chegar contigo
onde só chega quem não tem medo de naufragar

Mafalda Veiga

sexta-feira, 16 de setembro de 2005

Do I

Someone said in the book I read, love turns on like a light in your head. When it does, you can't see why, just hold on tight, go for a ride.

Life can change in a second or two. That's how it felt when I saw you. All I need is honesty. Tell me baby...

Do I feel like someone you could love? Do I feel like someone you could hold on to? Am I the one? The one who makes you come undone?

Like a planet spinning around the sun. Something cosmic has begun. We won't swim against the tide. Well just hold on tight, go for a ride.

Lightning strikes in a second or two. That's how it felt when I saw you. I can't hold it back no more. Answer me baby... S

Something happened when I met you. I can see in your eyes, you felt it too. I don't wanna talk anymore. Be my baby...

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

What I won't ever do

Jamais poderei dizer-te que a tua existência reside numa espécie de apatia no que me diz respeito. Não é isso que os meus olhos vêem. Não é isso que o meu corpo sente. E, por mais que tente resistir, aos nossos sentidos não podemos faltar. Porém...

Jamais te poderei prometer que estes não servirão como deleite de eventuais tentações. Afinal o que te ligou a mim. O que te fez alguma vez achares que eu seria especial. Não passa de algo que vês em mim sem qualquer correspondência com a realidade. Mas...

Jamais me perdoarei se por momentos sentir alguma dor te provoquei. Por mais pequena que seja. Por mais insignificante que pareça. Ela permanecerá sempre lá. Ela não nos deixará seguir. Mesmo que até nem doa. É uma dor que não mata mas mói. Do mesmo modo...

Jamais te perdoarei se fores tu a provocar qualquer sofrimento. Não é dessa forma que tu ages. Não é assim que te conheço. E isso poria, sem qualquer dúvida, em causa tudo aquilo em que se baseia esta ligação. E por isso...


Jamais deixarei de expor todas as minhas energias em função desta união. Em momento algum deixarei de reunir todos os esforços em favor de algo em que acredito. Assim como creio que seja essa a tua posição.

quinta-feira, 8 de setembro de 2005

Fingir o que sentir ou sentir o que finjo?

“Somos criaturas de tal modo volúveis que até acabamos por sentir os sentimentos que fingimos”
Benjamin Constant

Será esta citação verdade? Será isso que constantemente acontece entre as relações humanas que percorrem o globo terrestre?

E se for? Não passaram esses sentimentos fingidos automaticamente a ser algo real, se acabamos por senti-los?

Se assim acontece, suponho que esses tais sentimentos não podem ser denominados «fingidos», no máximo são sentimentos criados por nós.

Não os fingimos, apenas criamos sentimentos que acabamos por assumir com total propriedade.

Tal atitude não é legítima? Quem o pode afirmar? A legitimidade desta criação deixou de ser questionável a partir do momento em que o Mundo inteiro se move num processo de incessante produção.

Essa volubilidade do Homem ao contrário do que poderia fazer prever contribui para a transformação de outro mecanismo num sistema de criação.

Se nada escapa a esse processo nada mais natural do que tornar algo tão espontâneo e sincero como as emoções humanas num princípio de pura decisão. Será?

A natureza do ser humano não lhe permite deixar o que quer que seja fora do seu controlo. Eu criei, eu possuo, eu decido!

E se uma única sensação «rebentar» fora do previsto, há que ter muito cuidado a lidar com ela. Não vá deitar tudo a perder...

black out